Não existe uma fórmula única. Os pais devem ser honestos, devem enfrentar os assuntos difíceis e não esconder o desgosto dos filhos, mas é prejudicial fazer deles confidentes das infidelidades do pai ou da mãe, por exemplo. O efeito da separação dos pais depende da qualidade da relação que as crianças têm com cada um deles e como esta se alterou com a separação. É necessário gerir o melhor possível esta situação de tensão, de ansiedade, de mal-estar. Devem comunicar aos filhos que eles não estão sozinhos nem correm o risco de ser abandonados, porque os pais «não se divorciam dos filhos». É necessário que os pais continuem a ver os filhos e a estar abertos às suas questões, preocupações e emoções. Devem estar preparados para discutir assuntos práticos que podem ser fundamentais para a adaptação da família. A dor, o sofrimento e as angústias dos filhos perante este sentimento de perda podem atenuar-se encorajando-os a falar.
Às vezes os pais pensam que falar aumenta o sofrimento, mas é ao contrário, não é?
O desejo de rutura cria sentimentos de culpa na maior parte dos pais que por vezes atrasam o momento da revelação até ser impossível esconder por mais tempo. Partem do princípio de que as crianças são cegas e surdas ao que se está a passar. A realidade é a oposta. Como testemunham ou não discussões, ouvem rumores e verificam alterações nos comportamentos e na disposição dos pais, desconfiam de que algo se passa, mas não ousam perguntar nada enquanto não sentirem abertura para isso. Não se deve pensar que as dificuldades dos filhos de pais separados só surgem quando estes se dão mal. Mesmo quando têm boas relações, os filhos têm dificuldades, embora seja mais fácil encontrar soluções quando se trabalha nelas em conjunto. É importante comunicar com a escola, informar os professores, para que possam colaborar quando as crianças têm maus resultados porque estão apáticas ou desmotivadas.
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