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Foto do escritorJoana Marta Simões

Dietas, emagrecimento, gestão de peso - Para quê um Psicólogo?

Atualizado: 28 de mar. de 2023



A maioria das pessoas do mundo, em algum ponto da sua vida, fez dieta. Tentou perder peso. Tentou ganhar peso. Tentou mudar o seu corpo através da alimentação.

Estas pessoas, quando o fizeram, estabeleceram uma meta possivelmente atingível (embora com bastante esforço) mas, provavelmente, não passível de ser mantida. Este é um fenómeno facilmente compreendido - advém, simplesmente, da extrema discrepância entre os ideias de beleza defendidos pela sociedade e a capacidade do corpo se adaptar aos mesmos.


Psicologicamente, nem sempre a problemática reside na incapacidade de perder ou manter um peso. Na verdade, muitos outros problemas surgem, precisamente, do sucesso com que se perde e mantém um peso baixo, processo assente numa extrema rigidez psicológica. Para atingir estas metas irrealistas é, muitas vezes, necessário condicionar uma série de áreas de vida. Exemplos destes casos são a impossibilidade de conviver com outros na presença de comida (jantares, festas), a gestão do tempo em função do exercício físico (ocupar todo o tempo livre com idas ao ginásio, por exemplo), etc.

Nestes casos, consideramos muito importante a colaboração entre um Psicólogo e um Nutricionista ou Dietista. Não somos contra dietas, antes pelo contrário. “Mente sã em corpo são”! Nunca seremos felizes ou nos sentiremos bem num corpo que não é são. Mas também não o seremos se aceitarmos, gratuitamente, ideais utópicos de peso ou de forma corporais.


De forma sintética, apresentamos-vos alguns casos em que consideramos ideal esta colaboração:

a) Excesso de peso / obesidade com recurso à alimentação como forma de regulação emocional - ou seja, os casos em que existe uma ingestão alimentar compulsiva ou até uma perturbação associada (”Binge Eating Disorder”). Nestes casos existe, habitualmente, um longo histórico de tentativas de perda e manutenção de peso mal sucedidas; as pessoas recorrem frequentemente à ingestão alimentar como forma de regular os seus estados de humor; sentem intensos sentimentos de culpa e/ou de vergonha; e têm muita resistência no cumprimento dos planos alimentares propostos. A colaboração entre profissionais permite ao Psicólogo motivar o doente para a adesão ao plano alimentar, promover a consciência acerca dos estados emocionais e o recurso a estratégias de regulação emocional alternativas e eficazes, reforçar as pequenas conquistas, cultivar a transparência no processo terapêutico, entre outros.


b) Perturbações do comportamento alimentar / perturbações do comportamento alimentar subclínicas - nas Anorexias e Bulimias Nervosas, ou sintomatologia semelhante em quadros subclínicos a restrição alimentar é o principal predisponente e fator de manutenção dos sintomas patológicos. Porém, é frequente que os indivíduos que experienciem estas condições recorram a serviços de nutrição com o desejo de perder peso e de cumprirem dietas caloricamente restritivas. Do ponto de vista psicológico, o profissional tem a tarefa urgente de cessar os comportamentos de restrição, devendo portanto informar o Nutricionista / Dietista desta urgência, para que ambos possam trabalhar em conjunto num plano alimentar equilibrado e exequível. Ainda, o Psicólogo deve trabalhar na promoção de flexibilidade psicológica em relação ao comportamento alimentar e imagem corporal, trabalho este que se refletirá na adesão à terapêutica do ponto de vista alimentar.


c) Situações que requeiram o alcance e manutenção de um peso não ideal por motivos específicos, por exemplo, desportivos ou médicos. A colaboração entre os dois profissionais permitirá a motivação, o comportamento flexível, a celebração de pequenas e grandes metas e o não-prejuízo de áreas de vida adjuntas pela necessidade de um maior foco em torno da dieta e da alimentação.


Outros exemplos justificam esta colaboração e sublinham a importância do trabalho multidisciplinar em saúde e bem-estar. Da parte dos profissionais, todo o trabalho de formação, treino e prática clínica devem ser orientados para a abertura ao trabalho colaborativo, já que a este subjaz como objetivo principal a eficácia da intervenção de promoção da saúde bem-estar do paciente.

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