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Foto do escritorGabriela Molitor

Amor alternativo

Atualizado: 18 de fev. de 2022


Muitos de nós acreditamos que se apaixonar é um processo muito natural e espontâneo, mas e se eu te disser que estamos apenas seguindo um roteiro cultural?


“Nossos amores se desdobram em um pano de fundo cultural que cria um forte senso do que é 'normal' no amor; ela nos orienta sutilmente sobre onde devemos colocar nossas ênfases emocionais, nos ensina o que valorizar, como abordar os conflitos, com o que nos entusiasmar, quando tolerar e com o que podemos nos enfurecer legitimamente. "


A história nos mostra que ao longo dos séculos, expressamos amor, nos relacionamos e interpretamos nossos sentimentos de várias maneiras. Desde por volta de 1750, com o surgimento do Romantismo, a história do amor tomou um rumo ousado. O romantismo foi uma ideologia na Europa que assumiu a poesia, a arte e a filosofia de tal forma que até hoje dita como vemos e vivenciamos o amor. Como?


Bem, o Romantismo é muito esperançoso em relação ao casamento. Consolidou uma ideia de um casamento de longo prazo que é baseado no amor e pode prevalecer ao longo da vida com a mesma intensidade e paixão do início. Com o tempo, o Romantismo uniu amor e sexo: o sexo tornou-se a expressão máxima do amor. De certa forma, impôs ainda mais a ideia de exclusividade, e o adultério se tornou uma catástrofe.


Mas novas formas de amar estão tomando espaço na cultura popular e com ele, o questionamento se essa monogamia romântica serve para todos nós. Como resultado, modelos alternativos de relacionamento estão se tornando cada vez mais comuns entre a geração mais jovem. Você provavelmente já ouviu falar sobre relacionamentos abertos ou poliamor. Estudos recentes mostram que, nos EUA, aproximadamente 4 a 5% dos adultos têm relacionamentos não monogâmicos consensuais.


Para os pensadores mais tradicionais, pode soar como uma desculpa para ser promíscuo. Mas a realidade é que tais relacionamentos alternativos podem ser tão respeitosos, amorosos e saudáveis ​​quanto os tradicionais. Então, como exatamente esses modelos funcionam?



Relacionamentos Abertos

Essa forma de relacionamento estabelece a possibilidade de uma ou mais partes se envolverem sexualmente com pessoas fora do relacionamento. Mas o que importa é: é consensual e qualquer encontro sexual fora do relacionamento é apenas sobre prazer, não sobre conexão. A conexão e o amor são exclusivos do parceiro. Muitas vezes há regras envolvidas que o casal decide com antecedência, como quem está fora dos limites (amigo, colegas, ex-parceiros etc), ou quando eles podem fazer isso.


Quem são as pessoas nessas relações?

Principalmente jovens de classe média com formação universitária. Além disso, homens e indivíduos LGBTQIA+ são mais propensos a estar em um relacionamento aberto. A maioria não tem filhos.


As pessoas entram nesse tipo de relacionamento por vários motivos. Exemplos são uma diferença de desejo sexual ou preferências sexuais, a necessidade de um desafio (alguns acham o ciúme muito excitante) ou o prazer de ter um parceiro desejado por outros.



Poliamor

É uma prática ou desejo de ter mais de um relacionamento íntimo ao mesmo tempo. Envolve o conhecimento e consentimento de todos os envolvidos. Dentro dos relacionamentos poliamorosos, existem muitas formas possíveis:

  • Hierárquico (com um parceiro como o “primário”)

  • Não hierárquico (todos os parceiros têm igualdade de posição)

  • Uma pessoa com relacionamentos separados

  • Várias pessoas se envolvem romanticamente uns com os outros


As pessoas que se definem como poliamor nem sempre têm mais de um parceiro, mas não se limitam a escolher outro quando se apaixonam por outra pessoa.


Diferente do que muitos pensam, o poliamor não é necessariamente sobre sexo, mas sobre conexões significativas com os outros. Outros pensam que é uma maneira de trair um parceiro estável, mas é uma maneira ética de ter relacionamentos com mais de uma pessoa, pois o consentimento é fundamental.


Para as pessoas que optam por relacionamentos poliamorosos, uma boa gestão do tempo e uma boa comunicação são muito importantes para manter os relacionamentos saudáveis. Expectativas, necessidades, limites e check-ups emocionais são necessários em cada passo do relacionamento. O ciúme é um tema comum e precisa ser discutido.


Quem são as pessoas nessas relações?

São as pessoas que sentem que têm uma inclinação natural para se apaixonar por mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Muitos indivíduos têm esse sentimento, mas permanecem em relacionamentos monogâmicos porque a ideia de poliamor pode ser assustadora ou trabalhosa demais.



Se você conhece pessoas que têm relacionamentos como esses, ou se isso está completamente fora da sua realidade, o importante é lembrar de respeitar as escolhas de todos quando se trata de um relacionamento consensual e feliz!





Referências:


Hollander, Elaine K.; Howard M. Vollmer (1 September 1974). "Attitudes Toward "Open Marriage" Among College Students as Influenced by Place of Residence". Youth & Society. 6 (3): 3–21. doi:10.1177/0044118X7400600101


Levine, Ethan Czuy; Herbenick, Debby; Martinez, Omar; Fu, Tsung-Chieh; Dodge, Brian (July 2018). "Open Relationships, Nonconsensual Nonmonogamy, and Monogamy Among U.S. Adults: Findings from the 2012 National Survey of Sexual Health and Behavior". Archives of Sexual Behavior. 47 (5): 1439–1450. doi:10.1007/s10508-018-1178-7


Rubin, Jennifer D., Amy C. Moors, Jes L. Matsick, Ali Ziegler, und Terri D. Conley. 2012. „On the Margins: Considering Diversity Among Consensually Non-Monogamous Relationships“. Journal für Psychologie 22 (1). https://journal-fuer-psychologie.de/article/view/324.



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