Se está ou já esteve num relacionamento longo, este artigo pode ser do seu interesse.
Ainda se lembra de como eram os primeiros tempos de relacionamento? Quando uma paixão assolapada o fazia pensar em estar com aquela pessoa a toda a hora, em qualquer lugar; em que o simples facto de ela estar por perto lhe acendia o desejo…
Nos últimos tempos, em vez de acordar a pensar em fazer amor, pensa em ir fazer o café?
É perfeitamente natural sentir isto.
Existem, na verdade, dois tipos de desejo sexual: desejo espontâneo vs desejo responsivo.
Se confiar exclusivamente no primeiro tipo de desejo, as suas manhãs tranquilas e preguiçosas de Domingo nunca irão ver nenhuma ação no meio dos lençóis… ou longe deles, como preferir.
Vamos analisar os dois tipos:
Segundo a Dra. Cheryl Fraser, terapeuta sexual, este é um dos ensinamentos mais preciosos para qualquer pessoa num relacionamento longo.
O “desejo espontâneo” é aquele sentimento de "mal posso esperar por arrancar as roupas do teu corpo". Ele tende a estar presente no início do relacionamento e nele estão envolvidos vários fatores bioquímicos e psicológicos. Lembra-se do quão fácil era, com um toque, algo acender em si e o desejo surgir tão “naturalmente”?
Bom, os casais tendem a perder este tipo de desejo com o tempo. Cheryl Fraser usa a seguinte analogia: “Se está num relacionamento de longo prazo, pense no desejo espontâneo como um adolescente que se oferece espontaneamente para limpar a cozinha por si. É raro, é maravilhoso e, quando acontecer, é bom que aproveite muito. Mas não deve definitivamente contar com isso.”
O "desejo responsivo" surge, tal como indica a palavra, como resposta a alguma coisa. Usando a mesma analogia, neste caso, o adolescente limpa a cozinha como resposta à promessa de pagamento da conta do telemóvel se o fizer.
O que acontece se, numa das tais manhãs lentas e preguiçosas de Domingo, um de vocês disser: "Hey, que tal se fizéssemos amor?".
Nenhum dos dois tinha acordado com desejo, a vontade simplesmente não estava lá. Porém, com esta pergunta estamos a lidar com as potencialidades do desejo responsivo. Mesmo não tendo vontade, pode escolher estar aberto a explorar. Talvez começando pelo toque nu, pelas carícias, por uma massagem. Brincando, o corpo e a mente podem acordar e começar a responder.
E assim criar conscientemente e intencionalmente o desejo.
Não é anormal que não sinta mais a luxúria e o desejo que em tempos surgia naturalmente. Isso não quer dizer que haja algo de errado consigo ou que esteja com a pessoa errada.
No amor de longo-prazo temos que aprender novas formas de explorar a dança do erotismo, de forma premeditada. Não podemos esperar pela paixão, temos que a criar, através da ação.
Deixe uma nota cheia de mistério ao seu parceiro, abrace mais, brinque mais.
A sua vida sexual precisa de intenção, empenho.
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